Pesquisa

sábado, 28 de abril de 2012

O VENTO SUL

O vento sul sopra sem parar,
Parece nos querer dizer algo,
O eco de uma súplica profunda,
Vinda da longeva pampa.
É uma triste sinfonia a tocar.

Rompem-se as janelas do galpão,
Rangendo desordenadamente,
E remetendo-nos a distantes recordações.
De épocas remotas,
Das guerras, escaramuças e revoluções.

As chamas do fogo de chão,
Teimosamente, continuam a queimar,
Resistem ao vento ávido a soprar.
E aquecem as paredes frias do galpão.

 Este mesmo vento carregado de lembranças,
Que de uma forma súbita nos laça,
E prende-nos forte a esta terra.
É o mensageiro da mais pura esperança.

Da liberdade, e da glória,
Registradas nas douradas páginas,
Da nossa pujante história.

Autor: Daniel Marin.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

POESIA: LIVROS ESQUECIDOS


Jazem esquecidos nas prateleiras,
Embebidos na espessura da poeira,
Totalmente ignóbeis,
A espera de uma alma curiosa,
Sedenta por mergulhar no seu seleto mundo.
E revelar uma doce estória maravilhosa.

Palavras enclausuradas,
Nas velhas páginas amareladas,
Que vão se esvaecendo...
Com a implacável ação do tempo.
Seguem seu angustiante destino.
E pouco a pouco vão morrendo.

Livros olvidados...
Despercebidos, e amontoados.
Quantas estórias relegadas,
Sem ao menos serem apreciadas.

Perfilados e esperançosos,
Nada lhes resta; permanecem ociosos,
Teorias e pensamentos sufocados.
O conhecimento e a sabedoria, deixados de lado.

Autor: Daniel Marin

Hipocrisia do Mundo



Pense na hipocrisia do mundo. Que conduzido por indivíduos ínfimos, corrói-se lentamente sem qualquer esperança.   Vislumbramos na atualidade um cenário de completo disparato, sem perspectivas de melhorias significativas, que venham a solucionar nossos mais agonizantes problemas. 
A desigualdade social que marginaliza grande parte da população global; a violência descomedida contra o ser humano, personificada nas guerras inconsequentes conduzidas por governos ditatoriais e tiranos, cujo principal objetivo é a obcecação pela perpetuação no poder, e usufruir de seus deleites. Mas como se já não bastassem, os horrores dos confrontos armados nos campos de batalhas a dizimar vidas, também vivencia-se a “guerra” urbana, silenciosa e sorrateira, ceifa as vidas dos cidadãos, não importando-se com raça, cor ou status social. As drogas lícitas e ilícitas, aprisionadoras de vidas, nos reduzem a meros viciados e reféns de nossos devaneios. A poluição ambiental, que degrada o Planeta e o conduz vorazmente para a desertificação e o esgotamento das fontes de energia renováveis e não renováveis. Fruto da poluição desenfreada, e da ação humana descabida é a extinção das espécies, frisando que, muitas delas nem sequer chegam a serem conhecidas até mesmo aos clínicos olhos da ciência.
A falta de consciência dos nossos governantes beira ao caos, alianças políticas esdrúxulas, tomadas de decisões baseadas em interesses financeiros, com o objetivo sempre de auferir vantagens pessoais. Resumidamente falando, pensam primeiro no “eu”, em detrimento ao “nosso”, em satisfazer seu íntimo e insaciável ego. Não levaremos em conta a capacidade cognitiva e preparação para o cargo público que o indivíduo irá exercer. Pois a democracia preconiza no seu âmago que, todo o cidadão apto a votar e escolher o seu representante está teoricamente capaz de ser escolhido para exercer um cargo público.
Os problemas de ordem econômica, e social enfrentados atualmente são o fruto de nossa incompetência, e sagaz ganância. Somos incapazes de primar pelo coletivo, pensamos e agimos sempre localmente e individualmente. E estas atitudes refletem-se diretamente nas organizações público/privadas, que se desenvolveram ao longo dos tempos. Caracterizadas e marcadas profundamente pelas particularidades que compõe o caráter humano, “lapidado” e “aprimorado”, através dos séculos. A economia mundial, voraz e selvagem sustenta-se no consumismo desenfreado. Esvaece os recursos do Planeta, pondo em risco o seu futuro. E empurrando milhares de indivíduos para a pobreza e exclusão social. Fruto da extenuante competitividade no exigente, implacável e excludente mercado de trabalho. Como também do próprio sistema que vigora atualmente, e embasa-se na visão focada no “lucro”, sem preocupar-se com as pessoas, a parte viva e pulsante da economia.
O Homem vangloria-se de seus feitos, canoniza heróis, eleva-se diante das demais espécies e até mesmo diante de seu semelhante, exalta suas realizações como se fosse um Ser Supremo e invulnerável, ignora sua própria estupidez e limitações. Colocando-se sempre como o centro do Universo, nos vimos erradamente como a luz que irradia conhecimento e sabedoria aos mais longínquos e inóspitos cantos da Terra e do Cosmo. Acreditamos piamente que somos a mais importante engrenagem, do vasto e brilhante ecossistema da Terra. Quando na verdade constituímos uma parte dele, como qualquer outro ser animado ou inanimado. Temos nossa importância sim! E não podemos abnegar esta verdade. Mas qual outra espécie por mais insignificante que seja aos nossos ingênuos olhos não a tem? Todos, seres “animados” e “inanimados”, são partes formadoras do exuberante, exótico e diversificado ecossistema terrestre. O fato é que por circunstâncias evolutivas, pensamos e agimos localmente, não nos damos em conta que muitas vezes uma atitude ou ação impensada e imprudente, poderá replicar em distintos locais do Planeta, e até comprometer as futuras gerações. E por pensar localmente, caímos na nossa maior cilada, a de acreditarmos ser o centro do Universo, quando na verdade o que realmente somos é um insignificante “grão de areia” em meio a uma enorme praia. Damos tanto valor a nossos bens materiais, que ficamos arraigados a eles como se fossem objetos de valor imensurável. E a cortina de ignorância que veda nossos olhos, nos impede de vermos e sentirmos a maravilha deste Planeta, uma joia frágil e rara perdida entre as onipotentes galáxias, que se expandem e se distanciam a cada fração de segundos.
Autor: Daniel Marin.

sábado, 14 de abril de 2012

SOBRE A FELICIDADE



A felicidade é algo intangível para muitas pessoas, ao mesmo tempo em que é perfeitamente alcançável para outras.  Quantificar e definir o que é felicidade ao certo é uma tarefa extremamente complexa e de significativa relatividade. Mas ao contraponto disso revela-se em uma experiência amplamente positiva, a partir do momento que viajamos dentro de nós mesmos e ouvimos de maneira sutil e reflexiva nossos anseios e desejos que se encontram relegados no mais profundo abismo do sentimento. E que sufocados pelos prazeres e desejos materialistas de caráter mundano, da qual a sociedade nos impõe, torna obscuro todo e qualquer entendimento, de como sabermos e encontrarmos o verdadeiro significado da real felicidade da alma.
Autor: Daniel Marin


Leonardo da Vinci nasceu no pequeno vilarejo de Vinci, nas proximidades de Florença, em 1452. Autor de Monalisa, um dos quadros mais famosos da história, Leonardo era filho ilegítimo de um tabelião. Ele não teve educação formal e sabia pouco ou nenhum latim, condição que o enchia de um certo ressentimento em relação aos colegas mais ilustrados. Descrito como o arquétipo do Homem do Renascimento cuja curiosidade insaciável era igualada apenas pela sua capacidade de invenção. É considerado um dos maiores pintores de todos os tempos e como possivelmente a pessoa dotada de talentos mais diversos a ter vivido. Se destacou como: cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico.

Algumas reflexões atribuídas a Leonardo:

"Não há coisa que mais nos engane do que o nosso juízo."

"Pouco conhecimento faz com que as pessoas se sintam orgulhosas. Muito conhecimento, que se sintam humildes. É assim que as espigas sem grãos erguem desdenhosamente a cabeça para o Céu, enquanto que as cheias as baixam para a terra, sua mãe."

"A lei suprema da arte é a representação do belo."

"O ódio revela muita coisa que permanece oculta ao amor. Lembra-te disso e não desprezes a censura dos inimigos."

"Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte, ele permaneça. "

"O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã."

"A vida bem preenchida torna-se longa."

"O objetivo mais alto do artista consiste em exprimir na fisionomia e nos movimentos do corpo as paixões da alma."


Fonte: http://pensador.uol.com.br/autor/leonardo_da_vinci/

quinta-feira, 12 de abril de 2012




O vento que corta os vales profundos da alma,
É o mesmo vento a soprar sublime,
Na manhã tranquila e calma.

Sorrateiro chega sem pedir passagem,
E em seguida se despede,
Prosseguindo sua interminável viajem.

Ah! O vento, quanta lembrança nos traz,
Suas torrentes invisíveis,
Transportam a nostalgia tenaz.

Livre dança no firmamento,
Envolvendo o coração,
E prenunciando o tormento.


Autor: Daniel Marin

Outono & Folhas



As folhas cobrindo o chão
Secas, e completamente sem vida
Jazem ali na sua atmosfera esquecida
Servindo como uma sutil proteção

Folhas flutuando suavemente ao vento
De forma alguma prenunciam um tormento
São fruto do ar em constante movimento
Modelando o panorama em cada exato momento

O vento intenso indica que a estação fria esta por vir
Os pássaros voando para os seus ninhos
São reflexos das mudanças que não tardam a seguir

A paisagem muda no outono
Fauna e flora voltam-se para dentro de si
E onde havia vida, agora é completo abandono.


Autor: Daniel Marin