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domingo, 19 de maio de 2013

Alguns escritos sobre Ciência.



A ciência praticamente dita o nosso ritmo diário, as suas elucubrações e preceitos são agentes balizadores da sociedade global contemporânea. Os resultados das suas pujantes descobertas são sentidos na rotina diária das pessoas, portanto também se credita a ciência, o fato da significativa melhora das condições de vida do homem na atualidade; caso traçarmos um paralelo entre o agora e tempos passados. Entretanto a mesma ciência que melhora a vida das pessoas com os seus avanços nem sempre convergentes, subjuga e oprime o ser humano, quando não é usada para fins benéficos, e sim como uma ferramenta de dominação e dogmatização, direcionada para um propósito escuso. Com a ânsia, a objetividade e a coragem de tentar em poucas e singelas palavras, conceituar de uma forma geral “o que é ciência”, discorrendo um pouco sobre as suas superficiais especificidades, prosseguiremos estes escritos.
Ciência é um conceito que pertence à modernidade, o seu embasamento e pilares solidificadores fundamentais pertencem a um período relativamente recente, isso remonta a meados do século XVII. Porém não devemos sob-hipótese alguma, ficarmos cerceados apenas na modernidade para objetarmos e dissertarmos sobre ciência. É preciso percorrer as tortuosas e acidentadas estradas do pensamento humano, da civilização na sua gênese, em tempos remotos e imemoráveis que não se podem mensurar em datas específicas, e muito menos corroborar com provas concretas, da qual a ciência também se apoia.  Durante longos séculos, a experimentação andou separada da teorização, uma não se juntava com a outra. Existia uma barreira intransponível entre ambas, devido à religiosidade, a concepção de mundo e doutrinas filosóficas que havia nas civilizações da época, e brecaram os seus desdobramentos futuros, ressoando até meados do século XVII.
A ciência é primeiramente um empreendimento exclusivamente humano, feita por mentes questionadoras que não aceitam respostas fúteis e supérfluas para questões que envolvem o cosmo, a natureza e os fenômenos indecifráveis e desafiadores que cerceiam nosso pensamento. O fruto puro do exercício e do desenvolvimento da razão que proporcionou um questionamento aprofundado, do objeto amalgamador da ciência; a aproximação da verdade, no que concerne a um fenômeno natural. A ciência não é constituída da verdade absoluta, ela justamente “avança” e “retrocede”, tangencialmente via a falseabilidade das suas próprias teorias, sendo um instrumento que já na sua essência carrega a refutação de suas próprias afirmações. Uma teoria científica é válida até que se apresentem provas concretas, e baseadas na pesquisa e na experimentação que comprovem a sua falseabilidade. Portanto na ciência a verdade é filha da experimentação e não da autoridade. A necessidade da uma explicação natural e lógica, mensurável e possível, sem recorrer ao extraordinário, foi indubitavelmente um fator preponderante para a gestação da ciência nas sociedades e como é hoje. A ciência pode ser direcionada para um fim, que não necessariamente represente e se converta em benefícios para a humanidade, ocorrendo isto quando é inclinada para interesses de dominação, opressão e poder.  (Daniel Marin).