Onde estiveram os meus pensamentos,
Quando fiquei refém da prisão que me acometeu,
E vivi uma vida sem rumo, perdido,
Sem eira nem beira,
Nas sarjetas das estradas.
Certamente os pensamentos estiveram vagando também,
Em completo devaneio, a mercê,
Apossando-se de uma realidade fútil,
Da qual eu não fazia parte.
Os nossos pensamentos por vezes nos traem,
Tentam tenazmente alçar voos que podem nos machucar.
Mas censurá-los por suas peripécias,
Talvez seja de uma rudeza desnecessária,
E é preciso por vezes nos permitirmos,
A aventuras novas e desconhecidas.