Somos escravos de nossos desejos mais ocultos,
Verdadeiros zumbis, ávidos por satisfazê-los,
A espreita da oportunidade propícia e letal,
Aonde a circunstância vem ao encontro do desejo.
E esses desejos fielmente enclausurados,
Ficam à surdina a espera, para enfim desabrocharem,
Tomando proporções, deveras avassaladoras,
Tolhendo à própria vontade de suprimi-lo.
E este turbilhão, revelador absoluto da escuridão,
Desconhece regras ou preceitos cerceadores,
Ignora por completo a lógica estabelecida,
E domina como uma moléstia o espírito da pessoa.
Não se pode controlar o dito incontrolável,
Qualquer afirmação neste vago sentido,
Soa como algo infundado e desprovido de significância,
Na realidade o que resta é a veleidade de cada um.