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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O espírito do Natal



 
O consumismo exacerbado marca o natal,
A ostentação da riqueza define a felicidade,
E o ser humano refém deste panorama,
Aliena-se dentro do seu próprio invólucro.

Vende-se a ideia de realização absoluta,
Dada pelo poder de compra das pessoas,
E a sórdida instigação e obrigação sagaz,
Em comprar, comprar... e comprar.

Põe-se a margem o sentimento nobre,
Da partilha, da união, da comunhão,
Do encontro das pessoas e da reflexão,
Em detrimento da felicidade efêmera.

Não se pode negar a relevância da economia,
Importantíssima nesta contemporaneidade,
Motor primevo desta sociedade tecnológica,
Mas carente de valores sentimentais de vida.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Nossos momentos

















No mar sereno temos nossos momentos sublimes,
As ondas tranquilas a roçarem as areias acomodadas.
Somadas a leveza da brisa que cerceia a praia toda,
Reside a verdadeira fantasia do devir absoluto.
Da beleza do estar vivo e contemplar o natural,
Poder sentir a flor da pele esta emoção sem igual,
E ímpar que o mundo nos propõe.
Personificando cada curto espaço de tempo,
Em único e absolutamente eterno,
Efêmero, volátil e imensurável,
Mas ao mesmo tempo eterno.
Eterno em nossas mentes.

domingo, 10 de novembro de 2013

Nossos Pensamentos

















Onde estiveram os meus pensamentos,
Quando fiquei refém da prisão que me acometeu,
E vivi uma vida sem rumo, perdido,
Sem eira nem beira,
Nas sarjetas das estradas.

Certamente os pensamentos estiveram vagando também,
Em completo devaneio, a mercê,
Apossando-se de uma realidade fútil,
Da qual eu não fazia parte.

Os nossos pensamentos por vezes nos traem,
Tentam tenazmente alçar voos que podem nos machucar.
Mas censurá-los por suas peripécias,
Talvez seja de uma rudeza desnecessária,
E é preciso por vezes nos permitirmos,
A aventuras novas e desconhecidas.

domingo, 3 de novembro de 2013

Certas Manhãs




Certas manhãs ficam guardadas na mente.
Gravadas no fundo do pensamento.
Na forma tênue de saudosas recordações.
A nos perseguirem e às vezes, mexerem com as emoções.

Ficam marcadas estas...
Não pelo impávido sol que teima em aparecer,
Rico, esplendoroso e belo a nos aquecer.
Cobrindo de luz a terra orvalhada pelo sereno da noite.

Nem pela beleza e contornos da paisagem,
Que ao amanhecer até parece uma miragem,
Na mistura de tons e cores exóticos,
Encantam os olhos fitados que a contemplam.

E não menos....
Pela brisa doce e suave a soprar,
Em um gesto de afago, a pele a roçar,
Causa sensações ímpares.

E sim! Pelo estado de espírito,
Em que cada um de nós vive.
O sentimento de gratidão, guardado no peito.
Por estar vivo, e poder contemplar mais um amanhecer.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Poderá uma alma habitar dois corpos?

Uma alma poderá habitar dois corpos?
Poderá ela ser o sopro da sedução a dois?
E deleitar-se nos campos da magia imaginativa.

Responder a estes questionamentos é em vão.
Não se tem resposta satisfatória à altura,
Apenas a cumplicidade e a ternura,
De duas pessoas que se dedicam uma a outra,
Sem qualquer convalescência.

Se de fato uma só alma habita dois corpos,
Não temos como saber,
Mas que há sim uma junção, um entrelaçamento a dois,
A dedicação e a preocupação com o outro.
Isso é o amor na sua forma sublime.
E talvez, mas só talvez,
Responda em partes a indagação inicial.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Rastros














Os meus rastros,
Somente meus sutis rastros,
Foram deixados nas areias do tempo.
Representando cada estágio, cada passo da vida.
Em que eu andava com destino ao horizonte infinito.
Rumando para o completo desconhecido.
Aventurando-se nesta viagem que é a existência.

As marcas deixadas, no limbo do passado,
Ficam depositadas no pensamento,
Sob a forma de sensações e emoções,
Personificadas nas boas e más lembranças.
Frutos do que praticamos.

Em certa altura da nossa jornada,
Invariavelmente olha-se para trás,
E de acordo com as marcas deixadas,
Remonta na memória a nostalgia,
Aquela recordação de um passado longínquo,
E recente,
Que não volta mais.

De carta forma recordar faz parte do viver,
Feliz de quem dispõe de memórias para relembrar,
E deleitar-se nos bons momentos que viveu,
E censurar-se quando não agiu com decoro.

A vida da gente é assim,
Feita de inúmeros de intrínsecos detalhes,
Imperceptíveis à dura rotina diária.
Mas, é feita de recordações.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Nosso próprio mundo















Queria ter a intensidade das torrentes arrebatadoras do vento,
Para atingir o âmago.
Do manancial inesgotável do sentimento Humano,
E retratar este impávido e insano,
“Mundo”.

Em cada migalha minúscula da existência,
Um verdadeiro mar de sensações,
Onde cada momento é uma emoção,
Distinta.

Cada indivíduo em especial,
É detentor de uma história única,
Um Mundo em particular,
Totalmente seu.

E invólucros em seus castelos,
Edificados solidamente com barreiras abstratas,
O Ser Humano enclausura-se,
Para construir o seu próprio Mundo.

Tateando nas cercanias,
Busca interagir,
E tornar-se “parte” do meio.

sábado, 14 de setembro de 2013

Olhos Insanos



Aqueles olhos insanos que me fitavam,
Corrompiam meus pensamentos todos,
Inebriado pela sua presença instigadora,
Mal conseguia controlar os gestos tolos.

E num toque de mágica dirigi a palavra,
Sons roucos presos na atmosfera gutural,
Tentavam lhe chamar e prender a atenção,
Para meu semblante atônito e anormal.

O sangue percorrendo as artérias,
Em estado completo de ebulição,
Tencionava romper totalmente as veias,
No menor desatino e ínfima distração.

E eu imbuído neste infame corolário de emoções,
Buscava explicação para aquele frenesi interior,
Algo insano que me consumia docemente,
Deixando rastros e marcas de puro amor.